Danças Regionais do Nordeste

Publicado  quinta-feira, 2 de junho de 2011

Maracatu




   Maracatu é uma manifestação cultural da Música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formada por uma percussão que acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares do Basil, é uma mistura das culturas indígena, africana e européia. Surgiu em meados do século XVIII.
   Os Maracatus mais antigos do Carnaval do Recife, também conhecidos como Maracatu de Baque Virado ou Maracatus Nação nasceram da tradição do Rei do Congo, implantada no Brasil pelos portugueses. O mais remoto registro sobre Maracatu data de 1711, de Olinda, e fala de uma instituição que compreendia um setor administrativo e outra, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do rei: o Maracatu.
    Parece que a palavra "maracatu" primeiro designou um instrumento de percussão e, só depois, a dança realizada ao som desse instrumento. Os cronistas portugueses chamavam aos "infiéis" de nação, nome que acabou sendo assumido pelo colonizado. Os próprios negros passaram a autodenominar de nações a seus agrupamentos tribais. As nações sobreviventes descendem de organizações de negros deste tipo, e nos seus estandartes escrevem CCMM (Clube Carnavalesco Misto Maracatu).
Bumba-meu-boi


Bumba-meu-boi, boi-bumbá ou pavulagem é uma dança do folclore popular brasileiro, com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno da morte e ressurreição de um boi. Hoje em dia é muito popular e conhecida.

A essência da lenda enlaça a sátira, a comédia, a tragédia e o drama, e demonstra sempre o contraste entre a fragilidade do homem e a força bruta de um boi. Esta essência se originou da lenda de Catirina e Pai Francisco,origem nordestina, que sofreu adaptação à realidade amazônica. Dessa forma, reverencia o boi livre e nativo da floresta Amazônica, bem como a alegria, sinergia e força das festas coletivas pindoramas (pindoramas = indígenas - a palavra índio é indígena derivam da falsa impressão dos "descobridores" de terem chegado a Índia, sendo que a terra Brasileira era então nomeada por seus nativos de Pindorama).


Xaxado

   Xaxado é uma dança popular brasileira originada nas regiões do agreste e sertão do estado Pernambuco, muito praticada pelos cangaceiros da região, em celebração às suas vitórias. O nome é devido ao barulho das sandálias dos cangaceiros contra a areia do sertão
    Xaxado é uma dança de guerra e entretenimento criada pelos cangaceiros de Lampião no inicio dos anos 1920, em Vila Bela, atual Serra Talhada. Ainda na época do cangaço tornou-se popular em todos os bandos de cangaceiros espalhados pelos sertões nordestinos. Era uma dança exclusivamente masculina, por isso nunca foi considerada uma dança de salão, mesmo porque naquela época ainda não havia mulheres no cangaço. Faziam da arma a dama. Dançavam em fila indiana, o da frente, sempre o chefe do grupo, puxava os versos cantados e o restante do bando respondia em coro, com letras de insulto aos inimigos, lamentando mortes de companheiros ou enaltecendo suas aventuras e façanhas.
    Originalmente a estrutura básica do xaxado é da seguinte forma: avança o pé direito em três e quatro movimentos laterais e puxa o pé esquerdo, num rápido e deslizado sapateado. Os passos estão relacionados com gestos de guerra, são graciosos, porém firmes. A presença feminina apareceu depois da inclusão de Maria Bonita e outras mulheres ao bando de Lampião.
Frevo


    Surgido na cidade do Recife no fim do século XIX, o frevo caracteriza-se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte.
   Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos pensavam em dar ao povo mais animação nos folguedos. No decorrer do tempo, a música ganhou características próprias acompanhadas por um bailado inconfundível de passos soltos e acrobáticos.



Maculelê



 Bailado guerreiro desenvolvido por homens, dançadores e cantadores, todos comandados por um mestre, denominado “macota”. Os par-ticipantes usam um bastão de madeira com cerca de 60 centímetros de com-primento. Os bastões são ba-tidos uns nos outros, em ritmo firme e compassado. Essas pancadas presidem toda a dança, funcionando como marcadoras do pulso musical. A banda que anima o grupo é composta por atabaques, pandeiros, às vezes violas de doze cordas. As cantigas são puxadas pelo “macota” e respondidas pelo coro.

Danças Circulares Sagradas

Publicado  quarta-feira, 1 de junho de 2011

 Origem

O círculo é uma forma geométrica perfeita, onde todos os pontos estão à mesma distância de seu centro. Socialmente, estar em roda simboliza esta fraternidade, esta igualdade e a sensação de pertinência em algo que só passa a existir se houver a colaboração de várias pessoas. As culturas antigas, ligadas à natureza, já faziam da roda o ambiente ideal para atuar socialmente, fosse conversando e ensinando em volta de uma fogueira, fosse praticando rituais em grupo, fosse dançando. Dançar é uma forma de expressão da natureza humana e sempre esteve presente no dia a dia de nossos ancestrais, integrando seu dia a dia, significando festas, guerras, nascimentos e mortes. Sendo assim, podemos dizer que a origem das danças circulares é a própria origem antropológica do homem.
Conceito
As Danças Circulares Sagradas, criadas pelo bailarino e coreógrafo alemão Bernhard Wosien, estão baseadas nas danças folclóricas de cada povo e buscam integração e autoconhecimento. Para Bernhard, dançar em grupo "é uma oportunidade para que as pessoas eduquem umas às outras e a si mesmas".
Um conceito notadamente religioso pode ser atribuído às Danças da Paz Universal, movimento criado pelo mestre sufi - Murshid Samuel Lewis, que acreditava que “a verdadeira religião deve ser prática e expressar a profunda unidade que se encontra por trás de todas as tradições”. As músicas são buscadas nas tradições religiosas mais antigas.
Histórico
Em meados da década de 70, Bernhard Wosien foi convidado à visitar Findhorn, uma comunidade alternativa escocesa que ficou conhecida na década de 60 pelo plantio de repolhos gigantes e que tinha se tornado uma referência em cursos voltados para o desenvolvimento humano. Lá ele compartilhou as danças de roda que vivenciou e coreografou, inspirado nas danças folclóricas por ele pesquisadas, principalmente na tradição folclórica alemã. Em 1976, Wosien criou o movimento intitulado Danças Circulares Sagradas.
Na mesma época, na América do Norte, o mestre sufi Murshid Samuel Lewis, ou sufi Sam como ficou conhecido, iniciava o movimento que mais tarde foi denominado “Danças da Paz Universal”. Com o mestre sufi Azrat Inayat Khan, Lewis aprendeu que a mensagem espiritual, mais do que por intermédio das palavras, pode ser difundida através da música e do som.
No Brasil, Renata Carvalho Lima Ramos tem sido uma das grandes entusiastas e divulgadoras das danças circulares. Em 1991, tendo criado o Triom - Centro de Estudos, Livraria e Editora, foi participar de um workshop na Comunidade de Findhorn e passou a divulgar e ampliar os horizontes da dança circular no país.
Formas de atuação

Na roda nos percebermos iguais aos outros, necessários à execução de um projeto comum, em paz e harmonia com os demais. Desta forma, muitas vezes a dança circular é chamada de um tipo de meditação ativa. Nas Danças Circulares Sagradas, o tema é coletado do folclore e geralmente tocado em um aparelho de som, mas a presença de músicos pode trazer ainda mais brilho à experiência e os passos são ensinados por um facilitador. Nas Danças da Paz Universal, os participantes cantam e dançam a música trazida pelo facilitador, temas tirados das diversas religiões do mundo.
Benefícios
As danças circulares promovem uma experiência de aprendizado. Favorecem a percepção de si mesmo e do outro através da integração, da comunicação e da flexibilidade que o desafio de participar de uma dança conjunta exige de todos. Cada participante é convidado a rever os seus próprios passos, ao entrar em contacto com seu esquema corporal, suas facilidades e dificuldades, suas reações e posturas diante de novos desafios. Cada nova dança motiva o participante a valorizar o trabalho em equipe e compartilhar suas limitações e seus talentos, percebendo e respeitando o espaço da roda, de si mesmo e do outro. Convidado a se adaptar a ritmos e estilos diferentes, amplia seu repertório de movimentos e seus conhecimentos sobre a cultura da humanidade. 



Ref. Bibliográficas
Danças circulares: dançando o caminho sagrado Anna Barton. Organização: Renata Carvalho Lima Ramos. Tradução: Márcia Schubert. São Paulo: Triom, 2006. 
História da dança no Ocidente Paul Bourcier Tradução Marina Appenzeller. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.