Hip-Hop
É
uma fusão. O movimento é resultado de uma história musical negra que inicia-se
no norte da América e firma sua própria identidade aqui. O hip hop é um filho
de vários pais. Vem do soul, do jazz, do blues. Cada lugar do seu jeito, na sua
realidade, dentro do seu contexto, seja onde for. Atualmente mistura-se com
outras vertentes, outros sotaques e toma proporções que fazem jus à sua
qualidade sonora. É som de periferia e ponto.
O
movimento é da rua. A idéia é protestar e se divertir. Onde estiver,
questionamento, sofrimento, violência, alegria e verdade haverá o rap, o break
e o grafite. Haverá o movimento negro. James Brown, até hoje é, sem dúvida
alguma, influência pra todo o movimento negro, além da música, sua dança serviu
de alicerce para essa categoria.
O termo hip hop significa mexer
os quadris, a real origem é de influência jamaicana e temos indícios que os
porto-riquenhos e os caribenhos também contribuíram.
É constituído de cinco elementos:
rap, breack, grafite, DJ, e consciência
Na música é o rap
O rap tem diferentes vertentes e
suas letras variam de protesto contra política, repressão baseada em
preconceitos por parte da sociedade, polícia e Estado, fala de amor, fatos que
pessoas vivenciam em bairros pobres, crimes ou drogas. É tão comum observamos
contrastes nas letras de diferentes países quanto é possível notar semelhanças
de realidade cantada. Essas variações dependem da região e do estilo de vida de
quem o faz. Os valores da sociedade são contestados nitidamente.
FreeStille - O FreeStille é uma
batalha de rimas improvisadas por MC’s. Dois rivais, um microfone, e uma batida
pesada. O poeta sonoro pode falar do que quiser, dos defeitos do oponente, do
tempo, de si próprio, mas é importante que haja a rima nas palavras para um bom
enfeite sobre a rima de seu opositor. Um contra o outro. Num espaço de tempo
com direito a empate e prorrogação. O melhor nos versos ganha.
Beat Box - É o som das batidas de
samples feitos com a boca, Existem também duelos desse elemento.
Grafite
São inscrições e mensagens
através da arte-visual aproveitando geralmente paredes urbanas. Muito se discutiu
sobre a procedência do grafite com o vandalismo e a pichação, hoje é
considerado uma das grandes artes contemporâneas, entretanto, os principais
artistas comprovam que já foram pichadores
DJ
O Disc Jockey, é o responsável
pela música nos bailes, festas, rádios e também nos grupos de rap. Com manobras
com os discos de vinil como back-to-Back, hoje conta com profissionais em todo
o mundo. Esses profissionais são unânimes em dizer que para ser um bom DJ deve-se
atualizar constantemente, pesquisar, e saber a música certa para o ambiente da
festa.
Break
O Break nasce como forma de
protesto contra a guerra no Vietnã e defendendo jovens, mortos ou debilitados
por ela. Os primeiros B-Boys dançavam simbolizando soldados norte-americanos
que voltavam deficientes das batalhas ou representavam algum objeto de
destruição, como por exemplo, o giro de cabeça simboliza um helicóptero. A
presença de B-Girls (mulheres dançarinas) também cresceu nos últimos anos.
O movimento no Brasil
Não existiam movimentos
significativos voltado diretamente para os negros na época. Com tal
deficiência, inicia-se em São Paulo na década de 80, precisamente na estação de
Metrô São Bento e na Rua 24 de Maio no centro da capital, as primeiras manifestações
que, futuramente, se tornariam a voz de uma população excluída e estigmatizada.
Hoje o movimento trabalha com
núcleos de aprendizagem educacionais, oficinas, centros de inserção de jovens
ao mercado de trabalho e blocos culturais.
Mídia
Hoje o patamar que o movimento
alcançou no Brasil não está ligado à propaganda de grandes redes de
comunicação, o que é diferente em algumas manifestações artísticas. Existe a
polêmica quanto à divulgação na mídia questionando se a TV, com seus interesses
econômicos é prejudicial ao movimento e deve ser evitada por seus
representantes. Há quem defenda ambos os lados. O que é inegável é o exército
comunicativo que é característica própria do hip hop.
Falamos de cinco elementos, mas
podemos ir mais longe. Hoje o hip hop está em sintonia com o cinema em filmes e
documentários, literatura, o mundo acadêmico, moda, mercado de trabalho, e principalmente
com a tecnologia.
Falando de mistura vários grupos
mesclam as culturas brasileiras com sua arte. Grupos nordestinos incorporam o
repente, técnica nordestina de improvisação falada, em suas letras. Rap com
samba, com rock, entre outras mesclas. Isso por conta do alcance nacional, isto
é, o rap misturado a cada cultura em prol de seus objetivos, sejam eles
políticos sociais ou artísticos.