Lutas pelo mundo

Publicado  domingo, 19 de abril de 2020

 


Tanto na luta quanto na briga ocorrem ações agressivas, porém nas brigas não há regras nem

limites para a intensidade da agressividade. Além disso, prevalecem a raiva e o desrespeito ao

oponente. No caso das lutas, apesar da agressividade implícita, o contato físico se dá entre duas ou

mais pessoas que se enfrentam em uma constante troca de ações ofensivas e/ou defensivas, as quais

são regidas por regras, e têm como objeto mútuo um alvo móvel personificado no oponente

(GOMES,2010).

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, as lutas são “(...) disputas em que os

oponentes devem ser subjugados, com técnicas e estratégias de desequilíbrio, imobilização ou

exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam – se

por uma regulamentação específica a fim de punir atitudes de violência e deslealdade” (BRASIL,1998,

p.70).

Essa conceituação alicerça o conteúdo proposto para lutas e de presença em todos os

continentes, com suas peculiaridades culturais. Não há consenso entre os estudiosos sobre a origem

das lutas e, em particular, das artes marciais. As informações mais antigas datam de 3000 a.C., em

que possíveis situações de luta foram encontradas em registros e em estatuetas. Os autores Reid e

Croucher (2003) afirmam que, atualmente, são praticadas em torno de 350 modalidades de luta em

todo o mundo. Eles sugerem que uma luta da Índia, chamada vajramushti, é a arte marcial mais antiga

que se conhece e que dela surgiram as demais. Para esses autores, trata -se de um termo ocidental,

derivado do nome latino Marte, o deus romano da guerra, que deu origem ao nome do planeta. Em

1357, Geoffrey Chaucer cita esse verbete pela primeira vez, em língua inglesa, quando faz referência

ao tourney martial da época medieval.

Portanto, apesar do termo ser ocidental, as evidências mostram que as artes marciais foram

sistematizadas pelas culturas orientais e adquiriram características particulares. Alguns autores

defendem que, em sua estrutura, há influência das religiões e dos pensamentos filosóficos dos países

orientais, bem como dos valores, códigos de ética e da moral dessas culturas (BARREIRA; MASSIMI,

2006; VIRGÍLIO, 1994; GONÇALVES JUNIOR; DRIGO, 2001). Enfim, são formas de combate que se utilizam de corpo e da cultura para preparar os adeptos física e espiritualmente, indo além das técnicas de submissão.

Quando consideramos as lutas como práticas esportivizadas, elas necessitam se associar a todas as características que as enquadram como esporte, tais como ações competitivas, utilização de regras oficiais, representação institucional por meio de federações, associações etc., competições oficiais, como é o caso das lutas presentes nos jogos olímpicos (RUFINO; DARIDO, 2011).(DARIDO [et al], 2018, p.172 e 173)

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